quinta-feira, 24 de setembro de 2009

redeaan

Rede de distribui??o de conte?do cultural e art?stico

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Lima de Freitas (1927 - 1998)

MUBE e CETRANS - Centro de Educação Transdisciplinar

convidam para palestra

Transdisciplinaridade e a Arte de Lima de Freitas

João da Cruz Alves

Arquiteto do Patrimônio Histórico e Artístico de Portugal, especialista em Lima de Freitas ,

vindo de Lisboa nos oferece um relato profundo sobre a obra deste visionário e realizador transdisciplinar.

“Penso, de fato, que talvez a arte possa desempenhar um papel discreto,

mas imenso, no caminho de uma reintegração humana.”

Lima de Freitas, 1994.

Lima de Freitas (1927 - 1998) Co-autor da Carta da Transdisciplinaridade e organizador do 1º. Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, realizado em Arrábida, Portugal em 1994, admirável pintor, escritor, homem de sabedoria e de conhecimento, deixou um legado valoroso para os tempos atuais.

MuBE – Museu Brasileiro da Escultura

Rua Alemanha 221 – Jardim Europa- São Paulo

Dia 22 de agosto de 2009 – sábado/das 10:00 às 12:00h

Entrada Livre

jardim_hasperides
O Jardim das Hespérides
mensageiro
O Mensageiro
montanha_lua
A Montanha da Lua - Sintra

Crédito das Fotos  http://www.novaera-alvorecer.net/lima_de_freitas.htm

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Carta aberta

Caro Demétrius e membros da rede aan!,


Agradeço o seu apoio na divulgação do fórum e o destaque da postagem que fiz.
Acessei o link enviado e fiquei bem contente em conhecer o trabalho que vcs estão desenvolvendo. Pena que não consegui inserir um comentário, pois acho que não me encaixo em nenhum dos perfis que devem ser selecionados. Há uma outra maneira?
Além de tradutora de autores TransD e membro do CETRANS, sou uma das coordenadoras da COMPANHIA DE APRENDIZAGEM - grupo que nasceu em 2002 e vem desenvolvendo um trabalho de pesquisa-formação-ação transD, num processo aberto e coformativo. Lançamos, em 2005 no II Congresso Mundial de Transdisciplinaridade, a revista COMPANHIA - um ateliê transdisciplinar, fruto desse processo formativo conjunto.
Entre outros projetos, estamos desenvolvendo atualmente em nosso bloghttp://blog.companhiadeaprendizagem.com.br o "Diálogo com o Milênio", a partir da obra "Seis propostas para o próximo milênio" de Ítalo Calvino.
Assim que possível, vamos divulgar o trabalho de vcs em nosso blog, ampliando assim essa rede e esperando que nossas trocas beneficiem a todos.
De São Paulo, envio um abraço especial aos mineiros de Sete Lagoas, pois já morei em Três Marias e sinto saudades dessa sempre acolhedora Minas Gerais.
Abraços a todos
Marly Segreto

domingo, 2 de agosto de 2009

CETRANS



O
Centro de Educação Transdisciplinar - CETRANS

é um centro de educação e referência transdisciplinar criado em 1998 que tem sua trajetória consolidada através de múltiplas ações educacionais realizadas por seus membros nacionais e internacionais. Sua finalidade é desenvolver atividades de pesquisa, diálogo e prática reflexiva sobre a epistemologia transdisciplinar e a subseqüente criação e implementação de projetos permeados pela transdisciplinaridade em diferentes áreas do conhecimento e do trabalho, considerando as inter-relações existentes entre elas.

(...) " Quando vi a palavra "remembramento" no texto, lembrei-me do mito egípcio de Osiris, que foi enganado por seu irmão Set, aprisionado numa arca e lançado às águas do Nilo. Depois, para evitar que ele fosse encontrado por Isis, que queria sepultá-lo, Set despedaçou o corpo de Osíris espalhando os pedaços por diversos lugares. Mas Isis, numa busca incansável, conseguiu encontrar e reunir os pedaços, faltando apenas um, que foi engolido por um peixe.

Como Osiris era uma divindade agraria associada ao movimento de germinação-decomposição das plantas, o sentido de morte e regeneração está presente nesse mito. Parece-me que ele também traz um sentido de delimitação, de separação numa individualidade (aprisionamento na arca) que é lançada no fluxo da vida. Em seguida, vem a consciência da mutilação, dissociação, desintegração, fragmentação de um eu plural que ainda não encontrou verdadeiramente a sua singularidade. Isis poderia representar aquela parte em nós que, ciente desse desmembramento, vai em busca dos pedaços para poder reuní-los, uma consciência unificadora. A parte que ficou faltando, engolida pelo peixe, passa o sentido da potencialidade, sempre presente, de uma reintegração em um nível mais elevado e primordial.

Esse mito nos fala dessa busca de uma unidade integrativa de nossas fragmentações.

"Postagem de Marly Segreto

Forum Encontros Abertos - A formação do sujeito e a Transdisciplinaridade

Patrick Paul. TRIOM, 2009

Participe!


http://www.cetrans.com.br/moodle/index.php



RESURFACING


CURSO AVATAR REGIONAL EM ATIBAIA (SP) 11 A 19 DE AGOSTO DE 2009

Contribuindo para a Criação de uma Civilização Planetária Iluminada

O Curso Avatar dura 9 dias e é dividido em 3 Seções:

Seção I: Resurfacing - 2 dias
Aspectos da consciência abordados: Crenças, Realidade, Consciência

Nesta oficina de Resurfacing de dois dias você irá explorar o relacionamento entre as suas crenças e a realidade que você experimenta em sua vida. Você irá descobrir o poder da sua atenção e sua habilidade para criar calma, foco e satisfação. Você começará a liberar o poder da sua vontade e a reconhecê-la como uma ferramenta para dirigir a vida e tratar de qualquer assunto com confiança. A Seção I também permite que você avalie se as seções mais avançadas serão adequadas para você.

Section II: Os Exercícios - 4 a 5 dias
Aspectos da consciência abordados: Criação, Percepção, Experiência

Estes exercícios experienciais abrem um canal perceptivo para além da função habitual da mente pensante. Você aprende o quão fácil é perceber diretamente, sem julgamento, pensamento ou interpretação. Esta é uma habilidade poderosa que aquieta a mente. Uma paz interior se tornará a fundação de sua vida. Você também recuperará a sua habilidade para criar, com a sua vontade, novas realidades preferidas, removendo atitudes limitantes e auto-sabotadoras. O estresse é substituído por uma percepção relaxada. A alegria e o riso começam a vir à tona na medida em que você percebe que a sua vida está completamente em suas próprias mãos.

Seção III: Os Procedimentos - 2 a 3 dias
Aspectos da consciência abordados: Identidades, Existência, Percepção

No começo da Seção III você é introduzido numa técnica simples porém poderosa de descriação, um método para manusear as crenças que não servem mais para você. A técnica incorpora todas as ferramentas aprendidas anteriormente e permite que você dissolva limitações pessoais, problemas antigos e padrões de toda a vida.

Você fica totalmente confiante em aplicar as novas habilidades durante os Procedimentos Avatar. Cada procedimento aborda uma área da experiência, crença ou atitude que podem estar interferindo com a sua apreciação da vida. Você pode facilmente usar o processo para melhorar a sua saúde, sua autoconfiança, seus relacionamentos e sua carreira, ou tratar das dificuldades com compulsões, vícios, dores, e comunicação interpessoal.

Curso Avatar Completo - 9 dias

Cada uma das três seções se constrói sobre as habilidades que você vai adquirindo e mais as suas próprias descobertas individuais. Na medida em que você avança no curso, você vai percebendo as suas próprias auto-motivadas transformações e o quão longe você quer ir.

O Curso Avatar, ministrado por Treinadores da Star's Edge e Masters Avatar licenciados, é um processo de integração individual que permite que você veja a si mesmo e ao seu mundo a partir de um espaço de presença e poder, calmo e sereno. Deste ponto de vista tudo é possível. Qualquer coisa pode ser alcançada.

4799844641
Email:


sábado, 1 de agosto de 2009

Imagem Polissêmica

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Segundo Roland Barthes: "Toda imagem é polissêmica e pressupõe, subjacente a seus significantes, uma “cadeia flutuante” de significados, podendo o leitor escolher alguns e ignorar outros.”

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FORMAÇÃO DO SUJEITO E TRANSDISCIPLINARIDADE

A Triom lançará no próximo dia 20 de agosto a obra Formação do sujeito e Transdisciplinaridade: história de vida profissional e imaginal, tradução de Marly Segreto e autoria do Dr. Patrick Paul que estará presente na ocasião.

Patrick Paul. Doutor em medicina e doutor, pós-doutor e livre-docente em Ciências da Educação. Mestre em microbiologia, especialização em antropologia médica. Formação em Acupuntura e Homeopatia. Pesquisador do Laboratório de Pedagogia da Saúde, EA 3412, Universidade Paris XIII – Norte. Professor de medicina tradicional chinesa na Universidade Paris XIII - Norte. Membro do Centre Internationel de Recherches et Études Transdisciplinaires – CIRET. É autor de mais de dez livros no Brasil e na França, entre eles: Formação do sujeito e transdisciplinaridade: história de vida profissional e imaginal (São Paulo: Triom, 2009), o mesmo Livro em (Paris: L'Harmattan, 2003), Pratiques médicales, formations et transdisciplinarité, contribution à la construction d'un modèle bio-cognitif de la personne (Villeneuve d’Ascq: Presses Universitaires du Septentrion, 2003), Relação médico-paciente (São Paulo: Ágape, 2001), Tendre la main au vide: le Yi Jing, un pont vers l'Occident - co-autor com Pierre Deporte (Editions du Prieuré, 1996)

Triom Centro de Estudos Marina e Martin Harvey Editorial e Comercial Ltda Rua Araçari, 218 • Itaim • São Paulo-SP • Cep: 01453-020 • Tel: (11) 3168.8380 ...

terça-feira, 31 de março de 2009

Plexus

Título: PLEXUS
Autor: Demétrius Cotta
Desenhos feitos com luz que não transmitem nada mais do que sua simples presença dialógica.
Evoca a coexistência de princípios ativos contraditórios entre causa e efeito, num mesmo espaço/tempo. Aqui não se cogita valor absoluto e muito menos o valor prático/real. Um desafio ao método. Uma fusão do Mind à Física, pode ser um princípio ativo e complexo.

II CONGRESSO MUNDIAL

Ensaio Teórico sobre o Imaginário e o
Serviço Social no Pensamento Complexo.


Adriana Regina de Almeida (Unesp – adrialme@terra.com.br)
Adriana de Oliveira Dias (Unesp –
adriodias@hotmail.com)
Cíntia Rosa Oliveira (Unesp –
cíntia.rosa@bol.com.br)
Tânia Aguila Silveira (Unesp –
taniasilveira@unimed-franca.com.br)
Eliana Amabile Dancini (Unesp –
elianadancini@terra.com.br)


Resumo:
O presente artigo visa fazer uma reflexão sobre o imaginário social dentro da atuação do profissional de Serviço Social que, assim como outros profissionais, desempenham em seu cotidiano a função de agente educador que busca desenvolver ações interventivas capazes de enfrentar as questões sociais que emergem da sociedade capitalista do século XXI. Esta reflexão será construída no seio do pensamento complexo que segundo Morin busca efetuar um ir e vir incessante entre certezas e incertezas, entre o elementar e o geral, entre o separável e o inseparável, a fim de articular os princípios de ordem e desordem, de separação e união, de autonomia e dependência, que são ao mesmo tempo complementares, competidores e antagônicos no seio do universo. Dessa forma recupera-se, por um lado, o mundo empírico, a incapacidade de se atingir a certeza, de formular uma lei eterna que conceba uma ordem absoluta e por outro lado, algo que diz respeito à lógica, ou seja, a incapacidade de evitar contradições. O imaginário se revela sob formas simbólicas, irredutíveis a uma lógica e ontologia da determinação e se manifesta como fluir criador que constrói permanentemente imagens com sentido de um mundo. O imaginário é pura potencialidade de renovar o sentido do que já existente. Por isso, ele é considerado um fenômeno coletivo, social e histórico que alimenta o homem fazendo-o agir, ou seja, o homem é sujeito transformador de sua historia. A transformação social é concebida como um processo de mudança social na sua forma mais profunda, produzindo alterações substantivas na estrutura e na dinâmica das instituições econômicas, sociais e ideológicas mediante a luta política que tem por referência básica o conceito de totalidade social. Nesta perspectiva o profissional de Serviço Social tem muito a contribuir enquanto agente educador que busca na compreensão do jogo de exclusão-inclusão da realidade, que é multidimensional, promover o empowerment do sujeito para que o mesmo resista a qualquer tipo de dogma e alienações de diferentes naturezas, para assim construir os projetos de um futuro que mobilize o espírito humano para assumir uma cultura diversificada, complexa e viva.

Palavras-chaves: Complexidade, Imaginário e Serviço Social.


Introdução

A natureza, assim como a sociedade, constitui uma totalidade de inter-relações. Os seres vivos são considerados, sob o aspecto ontológico, como incompletos, como seres de necessidades e como mortais/ finitos, permanentes e infinitos ao mesmo tempo.
A ciência moderna (antropocêntrica) colocou o homem como o centro de tudo no universo, dotando-o da arrogância de ser vivo superior aos outros do Planeta. Essa concepção levou os seres humanos, historicamente constituídos e organizados, a desenvolverem conhecimentos tecnocientíficos em direção a um tipo de progresso desenfreado e de sentidos específicos, quantitativo, material, voltados para o mercado e que, para tanto, põe a menos a natureza.
De entidade, de uma forma de vida particular, a terra é convertida apenas em fonte de recursos naturais a serviço das necessidades dos humanos. Em outras palavras, de ser vivo, de grande Domus que abriga os humanos e outros vivos, a Terra Mãe/ Pátria traz nas entranhas, para esse tipo de progresso, elementos e outras vidas convertidos em mercadorias no mercado interno e globalizado; carrega no ventre, para certos pensadores como Bacon, o semelhante do feminino a ser aprisionado, disciplinado, torturado, da mesma forma que o feminino da espécie humana.
Colhemos, no início do século XXI, os frutos da perversidade, da crueldade do mundo e dos humanos. O terceiro milênio, mais do que as últimas décadas, chama por uma mudança de perspectiva, como bem destacou Capra. Essa seria uma das possíveis emergências do pensar ecológico que tem, dentre as condições básicas, a desantropocentralização com o objetivo de alcance do conhecimento das conexões existentes nos ecossistemas que articulam e estão articulados nos/ com os homens.
Neste contexto, destaca-se o paradoxo da unidade múltipla (unita multiplex), que responde pela universalidade e, ao mesmo tempo, pela diversidade dos vivos.
Compreender essa diversidade exige um pensamento que supere os reducionismos da ciência clássica na produção do conhecimento sobre a natureza e sobre as relações que dela emergem.
O pensamento complexo, resultado e resultante da reforma do pensamento e do conhecimento, que considera a presença da unita multiplex, referem-se tanto as questões de métodos, de teorias, quanto à (re) organização epistemológica. Segundo Morin, essa epestume ???busca efetuar um ir e vir incessante entre certezas e incertezas, entre o elementar e o geral, entre o separável e o inseparável.
A dialógica ordem / desordem/ reordenação, as dimensões de autonomia dependente e de organização trazem embutido a complementaridade, a simultaneidade nesse universo de duplicidades.

A complexidade nos torna sensíveis a evidências adormecidas: a impossibilidade de expulsar a incerteza do conhecimento. A irrupção conjunta da desordem do observador, no coração do conhecimento, traz uma incerteza, não somente na descrição e na previsão, mas quanto à própria natureza da desordem e a própria natureza do estático observador. (Morin, 2002, p. 463).

O pensamento complexo demanda uma crise existencial, uma forma de pensar e ser que aponta para o caos generativo de saberes e fazeres. Desconstruir, como condição que viabiliza a (re) ordenação vem provocando, ao longo da morte quântica e das pequenas mortes a cada instante, um leque de alteridades sempre em expansão.
Dessa forma, chega-se à incapacidade humana de chegar à verdade e certezas absolutas em relação à realidade empírica; percebe-se o impossível – formular uma lei geradora de uma ordem absoluta. Por outro lado, algo diz respeito à lógica do terceiro excluído que diz da incapacidade de evitar as contradições, o terceiro incluído.
Na lógica aristotélica, o surgimento de uma contradição no interior da argumentação, era indicativo de erro. Isso significava que era necessário voltar atrás e empreender uma outra argumentação. Em contrapartida, sob a ótica complexa, a presença da contradição, não necessariamente é sinal de erro. O erro, para alguns físicos quânticos pode revelar a presença de uma verdade mais profunda, objeto de investigação complexa.
Por muito tempo o conhecimento clássico privilegiou a explicação lógica aristotélica e linear, como verdade única e universal, desconsiderando tudo o que não se enquadrava nesses princípios, provocando uma oposição irreconciliável entre a racionalização da realidade e seu simbolismo.
Essa postura negligenciadora atingia, na verdade uma das dimensões, ao mesmo tempo da condição humana e do indivíduo, isto é, a subjetividade, se articularmos o emocional, o sensível, o poético, o afeto.
Qualquer conhecimento do mundo implica uma construção de sentido, pois as coisas não apresentam de forma imediata, natural e objetiva. O mundo do ser humano é sempre um sentido que transforma os elementos insignificantes em objetos carregados de significado cultural. Desse modo, o sentido reflete o mundo como se fosse uma rede de significados culturais por meio dos quais se compreende e transforma a realidade.
Castoriadis (1982) diz que o imaginário social, enquanto rede de sentidos, permite ligar os símbolos a significados e fazê-los valerem o que realmente representam.


A construção do imaginário social

O conhecimento é a descoberta de relações entre signos; o conhecimento tem as propriedades do acontecimento, cuja regra e categorias não são dadas, mas se estabelecem na produção das relações. Defrontar-se com o desconhecido é reconhecer nos acontecimentos não exatamente o que acontece, mas alguma coisa no que acontece, constituindo-se o saber como um espaço de encontro com os signos, espaço em que os pontos relevantes se retomam uns nos outros, estruturando e modificando relações entre os signos instituídos.
É no cotidiano que as representações circulam, permitindo a comunicação entre os indivíduos e a ação no mundo, pois é o lugar onde o homem vive sua particularidade com perspectiva de superá-la em direção a totalidade da humanidade.
Este cotidiano está perpassado por várias ideologias que se constitui de conteúdos conceituais e de atribuições valorativas, sendo que suas representações se apresentam como verdadeiras e válidas ao mesmo tempo. Elas se propõem explicar e legitimar as condições sociais, fazendo com que pareçam justas.
Neste espaço é que o assistente social teoriza, projeta e elabora sua intervenção de maneira complexa: tem que responder as questões muito concretas, sócio-econômicas e políticas de uma sociedade extremamente diversificada, colocando-se diante de problemas muito específicos onde não basta apenas analisar o que acontece, mas tem que estabelecer uma crítica, tomar uma posição e decidir por um determinado tipo de intervenção, ou seja, escolher caminhos com riscos implícitos e explícitos em cada conjuntura. Devemos ter em mente que:

(...) a construção do saber do profissional, tendo como horizonte a intervenção, realiza um tríplice movimento; de crítica, de construção de um conhecimento ‘novo’ e de nova síntese no plano do conhecimento e da ação, em um movimento que vai do particular para o universal e retornam ao particular em outro patamar, desenhando um movimento em espiral de relação ação/ conhecimento, de pontos de situação/ pontos de lançamento. (Baptista apud Martinelli e ON e Muchail, 1995, p. 119)

O modo como ocorre este movimento em espiral, sem começo e nem fim, é que imprime a originalidade no conhecimento que é construído por este profissional que articula os diversos saberes, transformando esta articulação em mediações para uma ação específica.
Para Faleiros (1997) as mediações se encontram na realidade concreta e à medida que desconstruímos essa realidade vamos caminhando para a percepção das múltiplas possibilidades de um todo que é complexo.
Dessa forma, o trabalho com a interconexões das mediações representa um processo fundamental para a superação de uma visão parcial do fenômeno, colocando-o criticamente a fim de promover uma ação estratégica de intervenção na dimensão local e global das relações de forças, que implicam uma relação entre a conjuntura e a estrutura social. Faleiros diz que na conjuntura:

(...) as relações estruturais se fazem e se desfazem com movimentos mais ou menos profundos, de acordo com as forças em presença. Essas forças se constroem e descontroem, nas relações de exploração, de poder e nas relações de disponibilidade de recursos e dispositivos advindos tanto da relação de produção como de outras relações e das estratégias e dos movimentos que se fazem nessa conjuntura, nessa dinâmica de poder. (Faleiros, 1997, p. 88)

A construção de estratégias irá permitir que o homem busque o que deseja e pode construir a partir das forças de que dispõe, através da construção de apoios mobilizáveis na conjuntura, em confronto com as oportunidades e forças que o fragilizam.
Neste sentido, uma estratégia de ação do assistente social seria promover o empowerment (empoderamento) dos sujeitos sociais, uma vez que para Faleiros (1997) é a relação de poder que produz a particularidade do Serviço Social no contexto de relação de forças.
A proposta do empowerment consiste no processo em que o profissional se engaja num conjunto de atividades com o indivíduo que objetiva reduzir a falta de poder, criada pelas avaliações negativas sobre seu pertencimento a um grupo que está estigmatizado em função da posição que ocupa na escala produtiva do trabalho social. Envolve a identificação dos blocos de poder que contribuem para o problema, assim como o desenvolvimento e implementação de estratégias específicas que objetiva reduzir os efeitos diretos e os indiretos desse poder que dificultam a atuação do homem enquanto sujeito transformador de sua história.
Mas para que esta transformação comece a ser implementada, o indivíduo precisa ter consciência, primeiro, de si próprio e de sua realidade. Porém, para Madeira:

O indivíduo parece estar longe de uma consciência já que o modelo de relações que se apresenta é pautado pela dominação. Ausente a iniciativa entendida como resultante da consciência. O homem é “prisioneiro de uma teia” onde as respostas para o encontro da consciência não são encontradas: a nação, a religião e o próprio consumo, elevado a condição de libertador pelos cânones do capitalismo, não fazem o real encontro de sua essência e, portanto, de sua consciência. O sujeito permanece não-nascido.(Madeira, 2004, p. 30).

A educação e a cultura representam as ferramentas mais adequadas para o desenvolvimento desta proposta de transformação da realidade, por se tratar de elementos capazes de promover a compreensão do mundo, investigando suas dimensões objetivas e subjetivas que se incorporam na ação coletiva refletida nas relações que o homem estabelece com a natureza e com outros seres vivos, contribuindo assim, para a construção do imaginário social. E é exatamente no imaginário social que o homem se diferencia dos outros seres vivos, pelo menos até onde entendemos e temos como pesquisas já produzidas em todo o mundo. Conforme Morin:

Tão importantes quanto a técnica para a humanidade são as criação de um universo imaginário e a multiplicação fabulosa dos mitos, crenças, religiões; o desenvolvimento técnico e racional, de resto, mostrou-se, até hoje, muito pouco apto a eliminá-los. (Morin, 2003, p. 40)


Ainda de acordo com Madeira, para haver uma mudança efetiva, é necessária uma proposta auto-reflexiva e de ruptura, que deve ser delineada pela resistência. Sendo assim, o sujeito deve resistir ou aceitar, como se a sociedade tivesse que existir sob a dominação. O autor acrescenta:

A gestão da cultura é terreno arenoso no qual, na maior parte das vezes, o poder público tende a não se desempenhar de forma coerente. O tratamento dado pela esfera pública de poder à cultura no Brasil é reflexo, na maioria dos casos, da postura neoliberal defendida e implantada pela economia globalizada de forma avassaladora na última década. Além disso, é forte o preconceito contra as classes populares - e aqui inclui-se a cultura subalterna – na formação histórico-social do Brasil, com privilégios às elites. (Madeira, 2004, p. 40).



Imaginário e cultura

A trindade cérebro-espírito-cultura, que são, segundo Morin, termos inseparáveis, são para os pesquisadores do Serviço Social, uma ferramenta de vital importância para a educação e para uma maior compreensão do imaginário social dos sujeitos assistidos e de como estes ‘imaginam’ o assistente social enquanto agente educador. Porém, vimos outra real necessidade de descoberta. É preciso que este agente educador e o sujeito assistido tenham conhecimento e entendimento de suas culturas. Precisamos ter em mente que não é possível fazer nenhum trabalho interventivo de educação separadamente da cultura. Morin afirma que:

Não se pode isolar o espírito do cérebro nem o cérebro do espírito. Além disso, não se pode isolar o espírito/cérebro da cultura. Com efeito, sem cultura, isto é, sem linguagem, savoir-faire e saberes acumulados no patrimônio social, o espírito humano não teria atingido o mesmo desenvolvimento e o cérebro do homo sapiens teria ficado limitado às computações de um primata do mais baixo grau.(Morin, 1999, p. 85).


Considerações finais

As civilizações antigas, segundo Morin, realizaram grandes desenvolvimentos técnicos na edificação de monumentos grandiosos e extraordinárias descobertas científicas na astronomia, mas, ao mesmo tempo, grandes desenvolvimentos mitológicos nas religiões e ideologias. Morin complementa que:

Os modernos acreditaram ter entrado na era racional e positiva. Mas as religiões sobreviveram; cresceu, nos séculos XIX e XX, o formidável mito do Estado nacional uma esfera mitológica/mágica permanece nos alicerces psíquicos dos indivíduos; as crenças em espíritos, fantasmas, feitiços, continuam mais ou menos intensas; novas formas de mitologia espalharam-se através de filmes e das ‘estrelas’. Enfim, o mito, sobretudo, introduziu-se no pensamento racional no momento em que este pensava tê-lo expulsado: a própria idéia de razão tornou-se um mito quando um formidável animismo deu-lhe vida e poder, fazendo dela uma entidade onisciente e providencial. (Morin, 2003, p. 42).

As civilizações atuais têm que se conscientizar das realidades locais e globais, e principalmente do poder do imaginário, tanto o do educador quanto o do sujeito assistido pela assistência social brasileira e caminhar para uma nova forma de educar seus cidadãos, até mesmo para saberem quais são seus direitos e como requerê-los. Descobrir quem são os ‘ídolos das tribos’, como disse Morin se referindo aos homens da sociedade e o autor ainda acrescenta que foi somente no século XIX que o homem passou a refletir sobre as condições sociológicas de emancipação do conhecimento e ainda descobrir que a ciência podia, inconscientemente, obedecer aos ídolos.
Pois então, deixamos como alerta que os sujeitos, sejam eles de qual classe social for e a que cultura pertença, busque levantar, resgatar e descobrir quais são os seus ídolos, pessoas da própria comunidade, que têm o poder de transformação da realidade para que, juntos com os agentes educadores, os assistentes sociais, possam mudar a ‘cara’ do Serviço Social vigente.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROCO, M. L. S. Ética e Serviço Social: fundamentos ontológicos. São Paulo: Cortez, 2001.

CAPRA, F. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. São Paulo: Cultrix: 2002.

CASTORIADIS, D. A instituição imaginaria da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

FERREIRA, L. M. A; ORRICO, E. G. D. (org). Linguagem, identidade e memória social: novas fronteiras, novas articulações. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

HABERMAS, J. Para a reconstrução do materialismo histórico. São Paulo, Brasiliense. 1983.

MADEIRA. R.C. Dissertação de Mestrado – A resistência cultural nas Escolas de Samba de Ribeirão Preto-SP. São Paulo, USP, 2004

MARTINELLI, M. L; ON, M. L. R; MUCHAL, S. T (org). O Uno e Múltiplo nas Relações entre as Áreas do Saber. São Paulo: Cortez, 1995.

MORIN, E. O método I: A natureza da natureza. Porto Alegre: Sulina, 2002.

MORIN, E. O método III: O conhecimento do conhecimento. Porto Alegre: Sulina, 1999.

MORIN, E. O método IV: As idéias. Porto Alegre: Sulina, 2001.

MORIN, E. O método V: A humanidade da humanidade. Porto Alegre: Sulina, 2003.

MOSCOVICI, S. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009


FLOTATION SOUL
Autor: Demétrius Cotta
Estudo: O todo e as partes

8.000 disciplinas !???

Transdisciplinaridade: o que é isto?
05/10/2005 - Maria Schuler

Houve um momento, no desenvolvimento da humanidade, em que o conhecimento era pequeno, restrito e holístico, ou seja, considerado num todo, sem divisões fortes entre disciplinas ou formas de abordagem. O científico e a tradição sagrada (religião) se confundiam, sendo as tradições o veículo de apreensão, compreensão e disseminação do conhecimento de um determinado grupo humano (Nicolescu, 2003) .
Com o crescimento do volume de informações e de questões a serem estudadas, lá pelos Séculos XII e XIII, os pensadores mais ativos imaginaram uma forma de vencer a barreira de suas limitações perceptivas. O volume de conhecimentos estava ficando grande demais para a largura do campo de consciência de uma pessoa. Foi gerada então a crença de que se poderia conhecer a realidade separando-a em pedaços e, estudando cada pedaço como uma totalidade em si mesma, tendo assim acesso à realidade total.
Primeiro, na antiga Grécia, eram 7 as disciplinas (3 humanas e 4 exatas) que tentavam gerar esses segmentos do conhecimento total da realidade. Pouco a pouco o chamado big-bang disciplinar nos conduziu às cerca de 8.000 disciplinas que temos hoje no mundo acadêmico. O aumento exponencial do volume de informações dentro da cada disciplina, somado à especialização cada vez mais vertical dos pesquisadores, gerou o que se pode chamar de Nova Torre de Babel: 8.000 realidades diferentes, cada uma com sua própria linguagem hermética, seus próprios pressupostos de base, suas próprias atitudes ante o saber e sua produção.

O efeito Torre de Babel se dá na dificuldade de comunicação entre as diferentes culturas disciplinares, fazendo que cientistas de duas disciplinas diferentes sejam forçados a todo um esforço de conhecimento um da cultura do outro (se houver disposição para isso), para trocarem idéias sobre um mesmo Fenômeno Natural, que se passa na Realidade Total, que ignora nossas subdivisões em disciplinas, e teima em se apresentar inteira, multidimensional, complexa.
Na vida cotidiana, considerando que para se tomar decisões é necessário informação, para decidir eficientemente ante um Fenômeno Natural (multidimensional e complexo) se teria que conhecer todas as 8.000 disciplinas. Buscando aprimorar a forma de abordagem da realidade, reconhecendo a limitação do campo de consciência humano, que impede que uma só pessoa possa ser especialista em todas as atuais 8.000 disciplinas, surge a Abordagem Transdisciplinar.
A Abordagem Transdisciplinar é a tendência de reunir as disciplinas numa totalidade, ante os Fenômenos Naturais. É a tendência de criar pontes entre as disciplinas, um terreno comum de troca, diálogo e integração, onde os Fenômenos Naturais possam ser encarados de diversas perspectivas diferentes ao mesmo tempo, gerando uma compreensão holística desse Fenômeno, compreensão essa que não se enquadra mais dentro de nenhuma disciplina, ao final.

A palavra Transdisciplinaridade foi utilizada pela primeira vez por Jean Piaget, filósofo e psicólogo suíço, em 1970. Ela quer dizer aquilo que se encontra entre, através e além das disciplinas, ou seja, nós, os seres, que não podemos ser partidos nem compreendidos aos pedaços. É baseado nesse raciocínio que um dos primeiros princípios da Abordagem Transdisciplinar é trabalhar o conhecimento in vivo, ao invés de in vitro.Para compreender esse princípio, é necessário declarar a compreensão de Realidade que está por trás dele. Em primeiro lugar, a Realidade É por si própria, resistindo às nossas experiências, representações, descrições, imagens.
A Realidade é complexa, multidimensional e multi-referencial, formada de vários níveis descontínuos, ou seja, as referências, medidas e leis de um nível não servem para abordar os outros níveis. Também, "nenhum nível constitui um lugar privilegiado de onde possamos compreender todos os outros níveis de realidade" (Nicolescu, 2001, pg.61). No entanto, cada nível é o que É porque todos os outros existem e atuam juntos, para que a Realidade Seja como É. Podemos acessar diversos níveis da Realidade, graças à possibilidade de diversos níveis de Percepção. Há um nível de percepção para cada nível de realidade.
Quando níveis diferentes de percepção se integram coerentemente, no Sujeito que percebe, há um aumento de sua Consciência. Quanto mais níveis de percepção vão se integrando, aumentando a consciência do Sujeito, mais acesso ele tem à compreensão da Realidade, podendo perceber e dar sentido integrado ao fluxo de informação que atravessa coerentemente os seus diversos níveis.
Quando observamos a Realidade desde o ponto de um só de seus níveis, é o mesmo que observar um segmento seu, in vitro, ou seja, isolado de todo o complexo multi-nível que, na Realidade, atua para que aquele segmento seja o que é. Podemos proceder assim, mas é necessário aceitar que o conhecimento gerado desta forma é também apenas um segmento do conhecimento do Real. Quando observamos a Realidade admitindo sua complexidade, surge a atitude transdisciplinar da abordagem in vivo, onde somos conscientes de que em cada ínfima partícula dessa Realidade há sempre o conhecido, o desconhecido e o incognoscível. ...

Continua: http://www.apetesp.com.br/Artigos/Transdisciplinaridade.doc

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Aplicação TransD


A literatura na sala de aula: uma alternativa de ensino transdisciplinar

Hugo Monteiro Ferreira



Esta tese estuda a escolarização adequada do gênero literário baseada em uma abordagem de ensino transdisciplinar. Os principais objetivos são investigar o grau de transdisciplinaridade da leitura literária em sala de aula e propor a leitura literária como sendo uma alternativa de ensino transdisciplinar.
Os aportes teóricos, os quais sustentam as linhas de argumentação central desta tese, têm relação com as teorias críticas sobre a crise epistemológica e metodológica no discurso da modernidade;
a emergência de um paradigma emergente sob a ótica do discurso da pós-modernidade;
as teorias curriculares e suas inter-relações com o ensino escolar;
as teorias da complexidade e da inter e transdisciplinaridade;
teorias da leitura e da literatura, mais precisamente a semiologia literária e a estética da recepção;
teorias sobre a mediação pedagógica a partir de pressupostos e princípios transdisciplinares.
Os fundamentos metodológicos, do tipo inter e transdisciplinar, os quais ancoram a abordagem do estudo têm relação com uma linha de analise qualitativa aplicada a uma situação de ensino-aprendizagem realizada durante coleta de dados na etapa empírica da pesquisa.

O corpus analisado compõe-se de episódios oriundos das aulas com textos literários realizadas entre os meses de junho a dezembro do ano de 2005, sob a orientação de uma didática complexa e transdisciplinar.
Os sujeitos envolvidos são estudantes na faixa etária entre 9 e 13 anos de idade, de uma escola pública, no município do Cabo de Santos Agostinho, estado de Pernambuco. A partir dos achados encontrados durante a pesquisa, tanto bibliográfica quanto de campo, é possível concluir, dentre outras coisas, que a leitura literária, quando mediada adequadamente em sala de aula, é um objeto transdisciplinar de alto grau, posto que a leitura literária pode permitir e possibilitar ao leitor real, através de um necessário processo de especulação sobre a vida e seus desdobramentos, consistente reflexão em torno das ocorrências individuais e coletivas tanto em instâncias mais simples como em instâncias mais complexas

Pertenece a: BDTD Ibict

ESTUDOS : OS 4 PILARES DA EDUCAÇÃO

http://www.lisane.pro.br/DISCIPLINAS/AnaliseFilosofica/Artigos/UnidadeI/Os_Quatros_Pilares_da_Educa%E7%E3o.pdf
http://groups.google.com/groups/search?q=&hl=pt-BR&enc_author=cUa28xEAAAAoDUqN-dDqrZODLidnD9S9kdEasx1kiYTQavV7mdW13Q&qt_p=Pesquisar+postagens+desse+autor